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Maurício Meirelles: Uma Dose de Humor

Conversamos com Maurício Meirelles sobre humor, projetos e a nova onda de cancelamento na internet

A RedeTV! precisava rejuvenescer um pouco seus produtos e me chamaram pra tentar isso

Realtor Simone Silva com Realtor e Broker Carlos César, RE/MAX 2000

Publicitário, humorista, apresentador, escritor, são muitos os títulos de Maurício Meirelles, que integrou os principais programas de humor da TV Brasileira, assinando projetos nas emissoras Globo, Band, Record, Multishow, Sportv e RedeTV! e é fundador da Dromedário, agência de entretenimento e publicidade.

Além disso, é uma das figuras mais influentes da comédia nacional, com mais de 8,5 milhões de seguidores em suas redes sociais. Consagrado com 3 solos de stand-up de sucesso, os shows “Não leve a sério”, “Perdendo Amigos” e “Levando o Caos” já foram assistidos por mais de 500 mil pessoas. Em abril de 2020 o especial “Levando o Caos” estreou na Netflix e foi assistido em mais de 190 países. Confira abaixo um bate-papo exclusivo com Maurício.

Alô Você Magazine: Como comediante, você enxerga a comédia como uma forma de crítica à política, sociedade, etc?
Maurício Meirelles: Não somente isso. Há vários tipos de comédia e comediantes, mas ela sempre serve como um alívio cotidiano das nossas questões. Eu acho que se a comedia faz rir e refletir, mais pontos. Mas primeiramente precisa fazer seu público rir.

A.V.M.: Muitos humoristas têm sofrido cancelamento nas redes sociais, para você é uma forma de censura velada?
M.M.: Com certeza! É a pior censura, pois parte do próprio artista fica com medo das reações a sua arte. A censura de antigamente transformava o artista em afrontoso. O cancelamento transforma o artista em medroso.

A.V.M.: Agora vamos falar sobre o seu show “Levando o Caos”, disponível na Netflix, que alcançou mais de 200 países. Você esperava esse sucesso todo?
M.M.: Imaginava que ia ser grande, mas não a ponto de receber uma mensagem a cada 2 segundos. A Netflix é uma potência absurda espalhada em todos os continentes. Quase como uma TV aberta passando ao mesmo tempo em várias culturas.

A.V.M.: A comédia tem ganhado mais espaço nas plataformas digitais e de streaming?
M.M.: Sim, principalmente pelo público mais nichado, onde você consegue fazer a sua arte sem precisar agradar a todos e, consequentemente, ser mais livre.

A.V.M.: Você também está no ar com o programa “Foi Mau”, na Rede TV. Pode contar um pouco mais sobre esse projeto?
M.M.: Eu nasci e cresci vendo a TV aberta. Sempre foi uma vontade. A RedeTV! precisava rejuvenescer um pouco seus produtos e me chamaram pra tentar isso. Acredito que a TV ainda tem muita lenha pra queimar e se reinventar. A RedeTV! me ofereceu liberdade para isso e estamos lá na luta pra transformar esse público.

A.V.M.: E o podcast Achismos, de onde surgiu a ideia de entrevistar anônimos?
M.M.: A ideia veio desse caminho nichado que estamos vivendo, onde todo mundo se meteu em bolhas e não tolera mais o contraditório. A consequência disso é se afastar de ideias, culturas, profissões, histórias. Quis trazer pessoas que pudessem escancarar os preconceitos que temos, desde um padre a um chinês.

A.V.M.: Quais são seus projetos futuros?
M.M.: Ser o melhor pai que eu puder ser!

Fotos: Edu Moraes

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