Exposição excessiva a plataformas digitais intensifica quadros de ansiedade, depressão e isolamento entre jovens – uso de três horas ou mais diariamente dobra riscos, apontam estudos
As redes sociais fazem parte do cotidiano de milhões de jovens, mas os impactos na saúde mental desse hábito são profundos. Estudos recentes revelam que uma em cada duas horas extras em redes já configura um risco elevado de ansiedade.
De acordo com uma meta-análise publicada em março de 2023, adolescentes que passam mais de 3 horas por dia em redes têm o dobro do risco de apresentar problemas de saúde mental, incluindo sintomas depressivos e ansiosos. Outro levantamento, o Panorama da Saúde Mental 2024 (Instituto Cactus/AtlasIntel), indica que 45% dos casos de ansiedade em brasileiros de 15 a 29 anos estão associados ao uso intenso das redes sociais. Ainda sobre esse perfil, 65% relatam sofrimento emocional e 40% dizem que a quantidade de curtidas afeta sua autoestestima.
No cenário global, uma pesquisa pelo GITNUX também apontou dados alarmantes:
• 50% dos jovens (14-24 anos) relatam aumento de ansiedade ao usar o Instagram;
• Quem usa sete ou mais redes sociais apresenta o triplo de chance de sentir ansiedade;
• 70% se preocupam com curtidas e comentários.
O cyberbullying agrava ainda mais a situação: o Kings George Medical University registra que esse tipo de assédio virtual está diretamente ligado a até 15% dos casos de depressão e ansiedade entre jovens.
Um estudo recente na Austrália revelou que 51% da Geração Z sente ansiedade com frequência, e 23% se isolam socialmente quando estressados. Muitos recorrem a redes como Instagram, TikTok ou até chatbots em busca de alívio.
Apesar desse panorama, os jovens seguem resistindo ou adiando procurar ajuda profissional. De acordo com dados divulgados pela Parents.com, nos EUA, 55% dos cuidadores relatam dificuldade em identificar sinais de sofrimento digital em adolescentes. Por sua vez, jovens na Austrália relatam que conversar com amigos alivia (82%), mas o medo de julgamento dificulta buscar apoio adequado.
O que pode ser feito?
• Limitar o tempo online: definir pausas e reduzir o uso para menos de 3 horas diárias.
• Educação digital: implementar conteúdos sobre saúde mental nas escolas, conforme proposta da OMS e do Surgeon General dos EUA.
• Uso crítico das redes: promover consumo consciente, filtros positivos e consciência do impacto emocional.
• Apoio emocional: incentivar diálogo, apoio familiar e acesso a redes de suporte psicológico seguro.
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