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Monica Ferreira entrevista Américo Monteiro

Monica Ferreira do Alô Você Magazine, entrevistou Américo Monteiro, um artista local, vencedor de prêmios regionais e em Portugal. Aqui, um pouco da nossa conversa com ele.

entrevista sr americo monica ferreira ed04 junho2013 (2)Alô Você Magazine: De onde é de Portugal e quando chegou aos Estados Unidos?

Américo Monteiro: Eu cheguei aos Estados Unidos em 1972.  Nasci em Lisboa  na Freguesia do Socorro e vivi em Lisboa até aos 15 anos. Depois mudei-me para Setúbal e em seguida para Alcobaça onde começou a minha carreia.

AVM: Tenho notado que o seu trabalho anterior tem uma grande ligação com Portugal. Acha que se estivesse morando lá ainda teria a mesma conexão, ou expressa a saudade que tem de Portugal através dos seus quadros?

AM: Iria ser completamente diferente. Em Portugal eu fazia pinturas encomendadas por clientes; tinha  que agradar. Foi uma coisa que nunca gostei. Se tivesse lá eu teria que continuar a criar da mesma maneira. Comecei a pintar aos 15 anos e aprendi muito em Portugal pois tive uns professores muito bons da Vista Alegre.   Quando cheguei à América alguém soube que eu pintava em Portugal.  Assim, o  meu primeiro trabalho foi pintar 260 cadeiras com pinturas à Alentejana para um restaurante.  Os desenhos eram todos diferentes e aí eu me senti à vontade; estava no meu campo.

AVM: Quais são algumas de suas inspirações?

AM: Eu vou a museus.  A inspiração, a ideia, começa na cabeça, passa pelo meu peito, atravessa o braço e vai para os meus dedos. Se entrasses  no meu estúdio quando eu estou a pintar,  abrias a porta e saías logo.  Eu oiço música como  Beethoven ou ópera. A música começa a tocar os meus sentidos e  sinto-me como um mar de rosas.

AVM: O que você prefere para pintar?

AM: Gosto muito de pintar a óleo mas é difícil por causa do cheiro. Ultimamento ando a usar outro tipo de tinta em telas.

entrevista sr americo monica ferreira ed04 junho2013 (1)

AVM: Existe um sonho ou objetivo que você gostaria de alcançar como um artista?

AM:  Não tenho. O que eu tenho sido até agora não posso querer mais. Niguém pode dizer “Eu alcancei a Glória” ;  a gente vai sempre aprender!

AVM: Quem são alguns dos seus artistas favoritos?

AM: Presentemente é o Jackson Pollock e Beltran. Fernando Pessoa. Como escultor, Michael Angelo.

AVM: Já houve um tempo em que sentiu vontade de desistir da sua arte?

AM: Quando cheguei à América eu disse que nunca mais pegaria num pincel, porque já estava saturado de estar a ser comandado por outros. Em Newark,  havia a Casa do Ribatejo e eu comecei a gostar de ir para lá conviver com outros pintores.  Era isso que eu precisava.  E foi assim que comecaram as exposições.  Eu agora pinto todos os dias.

AVM: Qual foi uma das melhores experiências proporcionada pela sua arte?

AM: Eu pintei ( restaurei) uma bandeira. Senti um orgulho enorme quando cheguei à Igreja dos Imigrantes  e vieram-ma  trazer para eu desfilar.  Não estava à espera.

AVM: Algumas das suas pinturas foram expostas no Museu de Arte de Filadélfia para representar Portugal. Como isso o fez sentir como pintor?

AM: Foi um objectivo conquistado!  Há 41 anos na América e nunca tinha  feito exposição no museu.

AVM:Que conselho você daria para artistas aspirantes na nossa comunidade?

AM: Eu acho que quando uma pessoa nasce com uma vocação, tem uma veia artística,  tem que aproveitar. Em primeiro lugar tem que ter uma formação, depois tentar sempre progredir e encontrar o próprio espaço.  Envolver-se no ambiente das artes, o que ajuda a desenvolver, também é muito importante.

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